segunda-feira, 28 de março de 2016

Morre Torpedo, atual líder do Sumário Girolando ¾

Touro entrou para a história ao ser líder do teste de progênie no Girolando ¾ ao atingir a marca de 100 mil doses de sêmen comercializadas com menos de três anos de produção na ABS

Morreu este mês, aos 9 anos de idade, Torpedo Bolton Santa Luzia, um dos principais touros da Raça Girolando e um dos líderes e recordistas de vendas da ABS Pecplan. 

Provado no teste de Progênie da Associação da raça, o reprodutor ganhou ainda mais destaque como líder do Sumário Girolando ¾ em 2015, quando também garantiu a segunda colocação no geral, com PTA de 594,27 kg de leite.

"O Sumário é realizado com base em provas desenvolvidas pela equipe técnica da Embrapa/Girolando, que avaliam a confiabilidade da genética. É a maior prova de que Torpedo era um touro fantástico que deixou sua marca na história da nossa bateria e também na da raça", comenta Fernando Rosa, gerente de Produto Leite Tropical da ABS Pecplan.

Entre seus feitos, Torpedo foi o mais jovem touro a atingir a marca de 100 mil doses de sêmen comercializadas com menos de três anos de produção na Central da ABS em Uberaba (MG). Filho de Bolton (o holandês que é líder mundial de vendas e que ainda carrega uma prova de teste de progênie equilibrada com altos índices para leite e correção de úbere e pernas e pés), ele deixa um legado importante de milhares de filhas grandes produtoras de leite em diversos plantéis brasileiros.

Fernando Rosa explica que Torpedo foi produzido por meio de um acasalamento dirigido que uniu um grande patriarca (Bolton) e uma família consistente da Quartinha Terra Vermelha. No final de 2015, o touro deixou a Central da ABS, quando começou a apresentar stress bastante acentuado comprometendo sua produção de sêmen, e voltou a morar na Fazenda Santa Luzia, em Passos, Minas Gerais. "Há algum tempo, Torpedo apresentou uma ligeira afecção de casco, que estava sendo tratada. Mas, embora medicado, não apresentou sinais de melhora e morreu no último dia 18 de março" relata um dos proprietários do touro Maurício Coelho, do Grupo Cabo Verde.

Faeza Rezende

terça-feira, 1 de março de 2016

Agricultura Familiar recebe 1100 itens para a realização de feiras livres

Agência Minas

Doze prefeituras e três sindicatos de trabalhadores rurais foram beneficiados com ação da Seda

Cada região recebeu um kit composto por 10 barracas, 20 jalecos, 60 caixas plásticas e duas balanças digitais | Divulgação/Seda

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda) entregou nesta segunda-feira (29/2) mais de 1.100 itens para a realização de feiras livres em 13 municípios mineiros. O termo de doação beneficiou 12 prefeituras e três sindicatos de trabalhadores rurais. A expectativa é que neste ano o programa atenda mais 140 municípios mineiros.

O secretário Glenio Martins destacou que o Programa de Apoio às Feiras Livres busca ampliar a venda de produtos orgânicos. “Estamos trabalhando cada vez mais no sentido de tornar o agricultor familiar um pequeno empresário. Ao mesmo tempo, consumidor também é beneficiado com o programa, pois adquire um produto de qualidade, com preço justo e pode influenciar inclusive nos métodos de produção”, disse Martins.

Cada região recebeu um kit composto por 10 barracas, 20 jalecos, 60 caixas plásticas e duas balanças digitais. O investimento da Seda foi de mais de R$ 120 mil. Treze municípios foram beneficiados: Arcos, Bonfinópolis de Minas, Brazópolis, Capitão Enéias, Ervália, Itambacuri, Itamonte, Jeceaba, Leme do Prado, Ribeirão das Neves, São Gonçalo do Rio Preto, Tocantins e Uberlândia.

Para a agricultora familiar Maria Aparecida Machado, representante do Sindicato de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais de Uberlândia, os kits irão abrir novos horizontes para a agricultura familiar local. “Sem a barraca a gente não podia vender os produtos na rua, agora tudo ficará mais organizado. Estávamos com a verdura toda em casa, perdendo, o kit vai abrir novos horizontes para nós”, disse.

“O nosso município é pequeno e tem a agricultura como fonte de renda, inclusive a agricultura familiar. Com o kit vamos ampliar e dar melhores condições técnicas para o agricultor familiar comercializar seus produtos”, disse Márcio Manoel Moura, prefeito do município de São Gonçalo do Rio Preto.

Para este ano, a novidade na entrega dos “kits-feira” são as balanças digitais, que tem como objetivo, garantir o direito do consumidor sobre o peso dos alimentos comprados. O programa visa dar ao agricultor familiar mais infraestrutura para expor e vender suas mercadorias. As feiras livres são um importante canal de comercialização que reduz a distância entre alimentos e consumo. Garantindo assim, o desenvolvimento e dinamização da economia local.

Também participaram da solenidade de entrega a secretária-adjunta, Fabiola Silva; os subsecretários Luiz Ronaldo Carvalho (Agricultura Familiar) e Danilo Araújo (Regularização Fundiária); o deputado federal, Reginaldo Lopes; o deputado estadual, Cristiano Silveira; o Secretário Executivo dos Fóruns Regionais Metropolitana, Ronaldo Manassis, entre outras autoridades.

Março é mês de preparar a silagem para alimentar o gado durante a seca

Agência Minas

Nesta época do ano a capacidade de produção pecuária é maior em razão do regime de pasto

Silagem de sorgo através do Sistema de Integração Lavoura-Pecuária com plantio em consórcio, junto com capim | Divulgação/Emater-MG

As chuvas do início do ano recuperaram boa parte das as pastagens do Estado e ajudaram os pecuaristas a alimentar o rebanho. Mas o momento também é de preparo para enfrentar os meses de estiagem que não demoram a chegar.

De acordo com o coordenador técnico de Bovinocultura da Emater-MG, José Alberto de Ávila, nesta época do ano a capacidade de produção pecuária é maior em razão do regime de pasto. “O período de chuvas favorece o regime de pasto, com um custo de produção mais barato. A dúvida é daqui a 90 ou 120 dias, quando o pasto cai de qualidade e o produtor depende de suplementação com a utilização da silagem. Por isso é importante planejar a produção”, destaca.

A silagem é uma forragem – capim, milho, sorgo, etc – que é cortada, compactada, vedada e armazenada em silos para fermentação. Quando bem feita, o valor nutritivo da silagem é semelhante ao material de origem. Na época de seca, ela pode substituir o pasto e, por isto, é conhecida como suplementação volumosa.

Março é o mês que se intensifica a processo de silagem, com produção do material volumoso que foi plantado para esta finalidade. O processo de ensilagem vai do corte até a proteção do silo. Nesta fase, é preciso preservar ao máximo a qualidade da forragem produzida.

“Para preparo da ensilagem, o produtor precisa estar atento ao ponto de corte, pois a qualidade da silagem depende da correta determinação do momento de corte. No caso do milho, a planta deverá apresentar teor de matéria seca na faixa de 30 a 35%. Já no corte para ensilagem, a picadeira deve estar bem regulada e com as navalhas sempre em boas condições para proporcionar uma boa picagem do material. O tamanho da partícula ideal é de 0,5 a 1,5 cm”, explica o coordenador da Emater-MG.

De acordo com Ávila, a compactação da silagem é uma operação de grande importância. O objetivo é expulsar o ar do interior da massa verde que está sendo ensilada, conseguindo um ambiente anaeróbico (sem oxigênio). A ação visa obter fermentação desejável (alta produção de ácido láctico). Quando o material se apresenta no ponto ideal de ser ensilado, a compactação bem preparada proporciona uma densidade de silagem da ordem de 650 a 700 kg/m3.

Outras questões importantes são o tempo de enchimento, a vedação e a proteção do silo. “São etapas que impedem o retorno de ar na massa verde e a entrada de animais. Perfurações na lona dão oportunidade à entrada de ar ou de água de chuvas eventuais para o interior da massa ensilada e causam perda de qualidade”, conclui.

Etapas da produção

Para obter silagem de alta qualidade é necessário estar atento a todos os pontos básicos que se relacionam com a atividade, tanto na fase de produção (que vai da análise de solo até o ponto de corte) como na fase de ensilagem (que vai do corte até a proteção do silo).

Segundo Ávila, quando trabalha com o sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) a primeira fase de produção começa entre maio e junho. “Primeiro é recomendado fazer análise de solo do pasto e aplicação de fertilizantes no pasto. Já em setembro é preciso retirar os animais do pasto para a rebrota do capim e formação da palhada e em outubro fazer aplicação de herbicida dessecante. Em novembro acontece o plantio direto do milho e em seguida duas adubações de cobertura. É preciso ficar atento à pulverização, para o controle de pragas. Em fevereiro retoma o processo de ensilagem”, ressalta.

Novo mercado

Os pecuaristas estão com uma nova possibilidade no mercado, a venda de silagem. A comercialização acontece com duas possibilidades. A primeira, mais viável, oferece a venda do milho no ponto para ensilar. E a segunda possibilidade é a venda da silagem pronta para alimentar os animais ou ensilar novamente.

“Na primeira alternativa é recomendado transportar com rapidez e ensilar o material em local próximo ao fornecimento dos animais e seguir os mesmos cuidados na compactação e vedação do silo. Na segunda opção, comprando a silagem já pronta, a chance de perda de qualidade é maior. Cada vez mais o produtor está se especializando na produção, se quem faz o plantio do milho possui todos os equipamentos necessários para conduzir uma excelente lavoura, a compra da silagem é a melhor opção”, destaca José Alberto.

Etapas da produção da silagem
Maio e junho – Análise de solo do pasto e aplicação de fertilizante
Setembro – Retirada dos animais do pasto para a rebrota do capim e formação da palhada
Outubro – Aplicação de herbicida dessecante
Novembro – Plantio direto do milho e duas adubações de cobertura
Dezembro – Pulverização para controle de pragas
Fevereiro e março – Colheita e ensilagem

Educação sanitária tira agroindústria familiar da informalidade e fomenta negócios

Agência Minas

Para este ano, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) prevê 40 cursos para mais de 500 agricultores familiares

Agroindústria familiar de mel, em Bom Despacho, na região Centro Oeste do estado | Viviani Melo

O apicultor João Bosco de Assis, dono de uma agroindústria de mel, em Bom Despacho, no Centro Oeste de Minas, está sempre antenado com as exigências da legislação sanitária e do mercado. Ele sabe que adotar boas práticas é essencial na qualidade do produto e abre portas para a comercialização.

João é também um dos frequentadores assíduos dos cursos gratuitos de boas práticas de fabricação e educação sanitária oferecidos pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Minas) e o Instituto Ernesto Antônio de Salvo (Inaes).

Foi justamente nesses cursos de capacitação que o apicultor ampliou os conhecimentos sobre os cuidados no uso de utensílios, manuseio e limpeza dos equipamentos, forma correta de fazer a coleta das caixas de mel, centrifugação e transporte do produto. “Com esses conhecimentos a gente passa a produzir com mais qualidade”, afirma o produtor.

Agregação de valor e abertura de mercado

A agroindústria familiar de João Bosco possui 700 colmeias, de onde são retiradas de 10 a 20 toneladas de mel por ano. As boas práticas garantiram à agroindústria uma permissão provisória para a comercialização de mel em todo o estado. Além disso, o apicultor está perto de conseguir do IMA o registro definitivo de habilitação sanitária. O processo está na fase final.

As adequações agregaram valor ao mel, que já possui selo de produto orgânico. Outro benefício foi a abertura de mercado comprador. A agroindústria familiar de João Bosco vende parte da produção de mel para o Programa Nacional de Alimentação escolar (PNAE) e para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo federal, e o restante vai para uma indústria brasileira de exportação.

Regularização

A trajetória do produtor João Bosco é um exemplo das vantagens e benefícios da educação sanitária direcionada à agroindústria familiar em Minas Gerais. Os cursos de boas práticas de fabricação são iniciativas direcionadas à adequação das estruturas físicas das agroindústrias.

Em 2015, o IMA e o Senar realizaram 34 cursos de capacitação, com a participação de mais de 400 produtores em todo estado. Para este ano, estão previstos outros 40 cursos com previsão de atender mais de 500 agricultores familiares.

Segundo o gerente de Educação Sanitária e Apoio a Agroindústria Familiar do IMA, Gilson de Assis Sales, as ações estão alinhadas com a legislação estadual nº 19.476/2011, que trata da regularização das agroindústrias familiares. “O foco é a mudança de comportamento dos produtores, a consequente melhoria da qualidade do que é produzido, garantia da segurança alimentar dos consumidores e a regularização formal da agroindústria”, ressalta Sales.

O IMA informou que, no ano passado, foram realizadas cerca de 550 vistorias em agroindústrias familiares do estado. Essas averiguações têm o objetivo de acompanhar o processo de regularização sanitária e de orientar os produtores, inclusive na confecção da rotulagem correta. “A regularização da agroindústria familiar tem papel fundamental no desenvolvimento regional, porque gera emprego, renda e fortalece a economia local”, conclui o técnico do Instituto.

Vacinação

A política de educação sanitária é ampla e também envolve ações para a saúde animal. O Programa de Apoio a Saúde Agropecuária (Pasa), uma parceria entre o IMA, Inaes e o Senar Minas, por exemplo, tem como uma das propostas treinar trabalhadores rurais para serem vacinadores autônomos em suas regiões, principalmente onde há carência de médicos veterinários.

Com isso, o programa ajuda a ampliar a vacinação no estado. No ano passado, foram capacitados 351 trabalhadores em diversas localidades do estado. “Esse programa tem um benefício extra que é seu aspecto social, pois gera trabalho para esses vacinadores autônomos”, desta Gilson de Assis Sales.

Cidadãos conscientes

Outra meta da educação sanitária é formar futuros cidadãos conscientes da importância da agropecuária para a produção sustentável. Nessa linha de proposta, está um dos programas mais antigos do IMA, o ‘Sanitaristas Mirins’, direcionado aos alunos de 8 a 11 anos das escolas públicas municipais e estaduais.

Na prática, os técnicos do IMA treinam os professores com palestras e material didático sobre assuntos como defesa sanitária, cuidado com animais, controle de pragas e preservação ambiental. Depois, esses conhecimentos são incluídos na didática pedagógica. Um livro, intitulado “A educação sanitária no dia a dia dos alunos – descobrindo a agropecuária na escola”, que trata dos temas de forma lúdica, é distribuído a professores e alunos.

O ‘Sanitaristas Mirins’ é realizado todos os anos e tem a parceria da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda). Em 2016, o projeto está previsto para começar em março, com a meta de atingir cerca de 3,5 mil alunos e professores em todo estado.

Desde a implantação, em 2003, o ‘Sanitarista Mirins’ já treinou mais de 100 mil alunos e professores. “O programa faz com que as crianças se tornem multiplicadores, levando as informações para a família e para a comunidade onde vivem. Elas influenciam na mudança de comportamento dos pais”, observa Sales.

Mais Ações

De acordo com o IMA, outras medidas reforçam a educação sanitária no estado, como o aperfeiçoamento e atualização da equipe técnica do instituto. Para os produtores rurais, existem reuniões, palestras e cursos de defesa sanitária animal, vegetal, de certificação e inspeção de alimentos.

Serviço:

Outras informações sobre serviços e cursos oferecidos pelo IMA podem ser obtidas em:

Site institucional - www.ima.mg.gov.br
E-mail do Fale conosco: ima@ima.mg.gov.br
Facebook institucional: IMAInstitutoMineirodeAgropecuaria