terça-feira, 11 de outubro de 2016

Aberta consulta pública sobre o Plano Javali

Medida prevê controle da espécie exótica invasora e a mitigação dos impactos ao meio ambiente e à agropecuária.

Foi aberta, nesta quinta-feira (07/10), consulta pública do Plano Nacional de Prevenção, Controle e Monitoramento do Javali (Sus scrofa). 

A espécie exótica invasora, presente em grande parte do território nacional, principalmente no sul e sudeste, é responsável por graves impactos ao meio ambiente e à atividade agrícola. 

Os mais prejudicados com a invasão das lavouras são os pequenos agricultores e a agricultura familiar.

A consulta vai até o dia 21 de outubro e deve ser feita pelo portal do Ibama. Produtores rurais, estudiosos da fauna e pessoas em áreas onde há presença do animal podem dar sua contribuição. O objetivo é reunir subsídios para o diagnóstico sobre a invasão do javali no país e a proposta de estrutura do Plano. O cronograma de atividades inclui a proposição de ações para a prevenção, controle e monitoramento do javali, que será realizada na oficina de elaboração do Plano prevista para novembro.

O javali, considerado uma das piores espécies invasoras do mundo, é um porco selvagem. Seu habitat natural é a Europa, Ásia e norte da África. Introduzido em diversas regiões do mundo para o abate. Sendo liberado para o meio ambiente, onde se reproduz sem controle por falta de predadores naturais e pode cruzar com os porcos domésticos. 

O Plano Javali vem sendo elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), em conjunto com suas vinculadas: Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO); e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Paulenir Constâncio | MMA

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Emissões de nitrogênio na América Latina devem ser monitorados

Os países da América Latina, juntamente com a China, a Rússia, a Índia e a África do Sul – que, com o Brasil, formam o BRICS –, são os maiores emissores atualmente de nitrogênio reativo, como amônia e óxido de nitrogênio.

Apesar de os países da região e os BRICS serem os maiores usuários de fertilizantes nitrogenados, os impactos das emissões do gás em suas formas reativas não têm sido avaliados

Os impactos no ambiente, no clima e na saúde humana das emissões de nitrogênio nessas e outras formas reativas pela queima de combustíveis fósseis, uso de fertilizantes nitrogenados e esgoto não tratado nesses países, contudo, não têm sido monitorados.

O alerta foi feito por especialistas durante a “School of Advanced Science on Nitrogen Cycling, Environmental Sustainability and Climate Change”, financiada pela FAPESP, por meio do programa Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA), que ocorreu entre os dias 31 de julho e 10 de agosto em São Pedro, no interior de São Paulo.

Realizado pelo Cena-USP e o Inter-American Institute for Global Change Research (IAI), o evento reuniu 100 estudantes de graduação e pós-graduação, sendo 50 do Brasil e 50 do exterior, para discutir a distribuição desigual de nitrogênio no mundo e seu impacto na sustentabilidade ambiental em um cenário de mudanças climáticas globais.

“É preciso estabelecer uma rede de monitoramento contínuo, com séries temporais de 20 anos, por exemplo, para avaliar como o aumento da urbanização e o uso de fertilizantes nitrogenados em larga escala têm impactado os ecossistemas na América Latina e nos países do BRICS”, disse Tibisay Pérez, professora do Centro de Ciências Atmosféricas e Biogeoquímica do Instituto Venezuelano de Investigações Científicas (IVIC), à Agência FAPESP.

“Com isso, seria possível estabelecer políticas públicas mais direcionadas às necessidades dos países desses dois blocos”, avaliou Pérez.

De acordo com a pesquisadora, os países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por exemplo, onde já existe esse monitoramento, atingiram o limite máximo de uso de fertilizantes nitrogenados em sua agricultura.

Por meio de uma combinação de tecnologias com políticas públicas, como o fim dos subsídios à produção de fertilizantes na década de 1990, os países da União Europeia – onde cerca de 60% das emissões de nitrogênio reativo são provenientes da agricultura – conseguiram reduzir suas emissões de óxido de nitrogênio em 49% em 2009 em comparação com 1990, segundo dados apresentados por Jan Willem Erisman, professor da Vrije Universiteit Amsterdam, da Holanda, durante o evento.

Atualmente, os países europeus têm discutido estratégias para diminuir as emissões de nitrogênio reativo e vêm trabalhando com conceitos como o de “pegada de nitrogênio” – a quantidade de nitrogênio reativo liberada para o meio ambiente como resultado do consumo de recursos como alimentos e combustíveis fósseis.

Já os países do BRICS e da América Latina, os maiores usuários atualmente de fertilizantes nitrogenados, passam por um processo de urbanização descontrolado, que tem impacto no aumento das emissões de nitrogênio reativo pela queima de combustíveis fósseis e por efluentes nessas regiões urbanas.

Na América Latina, por exemplo, apenas 20% do esgoto doméstico é tratado e 17% da população não tem acesso a saneamento básico, apontou Jean Pierre Ometto, chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em palestra no evento.

Como os países latino-americanos estão situados em regiões tropicais e subtropicais, que concentram hotspots de biodiversidade, seus ecossistemas podem estar fortemente ameaçados pelos impactos da deposição de nitrogênio, suspeitam os pesquisadores participantes da Escola.

“A América Latina tem passado por um rápido processo de urbanização e de substituição de sistemas tradicionais de produção agrícola para uma agricultura mecanizada e com alto uso de fertilizantes nitrogenados, sem levar em conta a questão das emissões de nitrogênio reativo”, disse Mercedes Bustamante, professora da Universidade de Brasília (UnB).

Segundo a pesquisadora, o aumento da deposição de nitrogênio reativo na atmosfera é reconhecido hoje como um dos principais fatores contribuintes para redução da diversidade de plantas em ecossistemas naturais e seminaturais por acidificar e tornar o solo tóxico, entre outros impactos.

Os dados disponíveis sobre os impactos da deposição de nitrogênio na diversidade de plantas, contudo, foram obtidos quase que exclusivamente a partir de estudos realizados no norte da Europa e na América do Norte, ponderou.

“É muito importante obter dados de regiões onde esse problema começou a aumentar recentemente ou deverá crescer em um futuro próximo, como a América Latina e os países do BRICS”, apontou.

A China, por exemplo, utiliza em algumas áreas voltadas à horticultura 400 quilogramas de nitrogênio por hectare. Já o Brasil e a África do Sul costumam fertilizar culturas como o milho com 120 quilogramas por hectare.

No outro extremo, na África Subsaariana, costuma-se fertilizar culturas com 8 quilogramas por hectare, comparou Bustamante. “Enquanto há regiões no mundo onde há um excesso de uso de fertilizantes, em outras há um problema de déficit”, ponderou.

“Há diferenças regionais marcantes. E os países que precisam aumentar o nível de fertilizantes nitrogenados devem evitar seguir os caminhos das nações poluidoras e buscar formas mais sustentáveis de incrementar a fertilidade do solo”, apontou.

Segundo ela, essa recomendação vale também para o carbono. Os especialistas têm sugerido aos países em desenvolvimento ou menos desenvolvidos que optem por rotas de desenvolvimento de baixo carbono e não sigam a trajetória convencional de desenvolvimento.

Aliança internacional

Com base na constatação de que as emissões de nitrogênio reativo representam hoje um problema global, mas apresentam disparidades regionais, a pesquisadora e um grupo de cientistas de diversos países começaram a articular, no início dos anos 2000, a criação de uma iniciativa internacional para evidenciar o problema.

Batizada de International Initiative Nitrogen (INI), a rede global de cientistas foi fundada formalmente no início de 2003, patrocinada pelo Comitê Científico para Problemas do Ambiente (Scope, da sigla em inglês) – agência intergovernamental associada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) – e pelo International Geosphere-Biosphere Programme (IGBP).

A INI interage com tomadores de decisão a fim de identificar alternativas para otimizar o uso de fertilizantes nitrogenados e minimizar os efeitos negativos das emissões de nitrogênio reativo. A rede possui centros regionais na Europa, Américas do Norte e Latina, África do Sul e Leste da Ásia, contou Bustamante.

“A ideia é não só alertar os tomadores de decisão sobre os impactos ambientais, no clima e na saúde causados pelo aumento das emissões de nitrogênio reativo na atmosfera, como também chamar a atenção para a necessidade de se criar uma rede de monitoramento e estimular a realização de mais estudos em determinadas regiões do mundo, como a América Latina”, explicou.

Os efeitos da deposição de nitrogênio reativo nos ecossistemas são cumulativos e ocorrem ao longo do tempo, podendo demorar décadas para se manifestarem. Além disso, os níveis críticos de deposição para diferentes biomas variam, ponderou Bustamante.

“O nível crítico para a Mata Atlântica, por exemplo, não é o mesmo para a Amazônia, o Cerrado ou a Caatinga. Por isso é necessário monitorá-los”, justificou.

Fertilizantes sintéticos

Nutriente essencial, vital para a sobrevivência dos humanos e todos os outros organismos vivos, o nitrogênio está presente abundantemente na atmosfera, porém de forma não-reativa ou inerte, que a maioria dos organismos, como as plantas, são incapazes de utilizá-lo quimicamente como nutriente.

Em 1909, entretanto, o químico alemão Fritz Haber (1868-1934) desenvolveu um método de transformar esse gás não-reativo em uma forma reativa – a amônia, ingrediente ativo dos fertilizantes sintéticos, que é um recurso relativamente escasso na maioria dos ecossistemas naturais e em lavouras no mundo.

O desenvolvimento e adoção de processos de produção e uso de fertilizantes sintéticos levou a um aumento dramático da produtividade agrícola, e estima-se que hoje 48% da população mundial se alimente por causa dos fertilizantes.

Devido à baixa eficiência na utilização dos fertilizantes sintéticos nitrogenados na agricultura, contudo, grandes quantidades de nitrogênio reativo são liberados na biosfera atualmente, explicou Bustamante.

Elton Alisson | Agência FAPESP

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Epamig desenvolve 'refrigerante do bem', bebida láctea saudável

Produto à base de soro do leite tem alto valor nutricional e ajuda a prevenir doenças como catarata e degeneração macular

O 'refrigerante do bem', bebida láctea de baixo custo que utiliza leite e soro de leite | Divulgação/Simi

Um 'refrigerante do bem' é a grande novidade que poderá beneficiar quem não abre mão de se refrescar com este tipo de bebida, mas quer manter a saúde. 

A Empresa de Pesquisa e Agropecuária de Minas Gerais - Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) está desenvolvendo um produto lácteo carbonatado acidificado, inédito no mercado.

A bebida é fabricada à base de soro de leite e leite, enriquecido com luteína, que confere mais valor nutricional em relação a outros e não existe nenhum produto similar nas lojas.

“Além de ser muito refrescante, se comparada às bebidas tradicionais, apresenta maior valor nutricional por veicular não apenas 'calorias vazias', mas proteínas, vitaminas e minerais, além de ser uma alternativa para aproveitamento racional e sustentável do soro de leite, considerado um produto nutritivo, altamente aceitável e com custo reduzido”

De acordo com o pesquisador, o soro do leite é muito rico nutricionalmente. O alimento possui cerca de 0,8 % de proteínas de alto valor biológico, em razão de sua composição e tem alta concentração de aminoácidos essenciais com biodisponibilidade (facilmente absorvido pelo trato intestinal).À esquerda, o pesquisador Junio César na Inova Minas

“O soro constitui fonte de cálcio, sódio, magnésio, potássio e fósforo, além de conter a maior parte das vitaminas hidrossolúveis presentes no leite, sendo particularmente rico em vitaminas do complexo B”, destaca.

O prazo de validade estendido da bebida láctea é outro diferencial. "O produto pode durar até 90 dias sob temperatura ambiente ou refrigeração sem alteração das proteínas do leite", completa.

A bebida láctea acidificada desenvolvida na Epamig ILCT pode ser considerada um alimento funcional.

Além de nutrir, traz benefícios à saúde porque é adicionada de luteína, um dos principais pigmentos maculares contidos na retina humana, sendo responsável por duas funções fundamentais: proteger a mácula (área da retina responsável pela visão de detalhes) contra o estresse oxidativo (função antioxidante) e filtrar a luz azul de alta energia, melhorando a acuidade visual.

Por meio desses mecanismos, se acredita que a luteína possa contribuir para a diminuição do risco de ocorrência de catarata e de degeneração macular relacionada à idade.

O produto é resultado de projeto de pesquisa da Epamig ILCT, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapemig), e ainda está em fase de estudos e planejamento para avaliar a produção em larga escala e sua colocação no mercado por meio de parcerias com instituições de pesquisa e empresas.

Sem problemas ambientais

Elaborada à base de soro de leite proveniente da fabricação de diversos tipos de queijos, o produto ajuda a eliminar um problema ambiental em relação ao soro que, muitas vezes, é dispensado na natureza sem qualquer tratamento ou utilizado para alimentação animal.

“O processo de fabricação da bebida tem custo reduzido e não demanda grandes investimentos, podendo ser facilmente produzida e comercializada pelas pequenas indústrias de laticínios”, observa Junio de Paula.

Mostra Inova Minas Fapemig

A pesquisa bebida láctea carbonatada acidificada adicionada de luteína está entre os projetos de destaque que participaram da Inova Minas, realizada no primeiro final de semana de agosto, no circuito Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. 

Organizado pela Fapemig, o evento mostrou os avanços científicos que influenciam a vida dos cidadãos.

Feira Internacional de Negócios, Inovação e Tecnologia

O refrigerante do bem também irá integrar a Feira Internacional de Negócios, Inovação e Tecnologia (Finit), de 9 a 13 de novembro no Expominas, que e vai concentrar três eventos: a Campus Party, a 100 Open Startups e a DemoLatam.

Todos as feiras acontecem simultaneamente e devem atrair investidores, estudantes, acadêmicos e demais interessados no tema tecnologia e inovação.

Agência Minas

Embrapa lança site sobre Código Florestal

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou o site Código Florestal: contribuições para adequação ambiental da paisagem rural, um canal de informações para produtores rurais e técnicos ambientais com informações sobre como adequar as propriedades às exigências do novo Código Florestal (Lei nº 12.651).

Voltada a produtores rurais e técnicos ambientais, página traz orientações sobre adequação de propriedades às exigências do novo Código Florestal (Foto: Caren Henrique/Embrapa)

O serviço traz orientações técnicas para a recuperação de áreas degradadas, dicas de boas práticas agropecuárias e explica as características e as dimensões das áreas protegidas pela lei ambiental: as Áreas de Preservação Permanente (APP), as Áreas de Reserva Legal (ARL) e as Áreas de Uso Restrito (AUR), de acordo com a Agência Embrapa de Notícias.

As estratégias de recuperação, proteção e manejo apresentadas no site resultam de estudos e testes realizados por pesquisadores e analistas da Embrapa e de instituições parceiras, entre elas universidades e institutos federais e estaduais.

Consultas de espécies nativas por bioma e mapas dos viveiros e produtores de sementes espalhados pelo Brasil também estarão disponíveis aos usuários do site. Até o momento é possível consultar apenas as espécies nativas do Cerrado e os viveiros do Estado de Minas Gerais.

“Temos que dar alternativas para o produtor. Estamos trabalhando há mais de quatro anos nesse desafio de procurar onde estavam essas informações dentro e fora da Embrapa e fazê-las chegar a quem precisa”, disse José Felipe Ribeiro, pesquisador da Embrapa e colaborador do projeto, em nota divulgada pela instituição.

Mais informações: www.embrapa.br/codigo-florestal.

Agência FAPESP

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Polpa de beterraba: uma fonte de alta energia para cavalos atletas

Guabi lança suplemento único com alta concentração da polpa

A cada dia os donos de cavalos buscam alternativas para suprir as necessidades de seu animal. Talvez o que muitos não saibam é que a polpa de beterraba é um excelente alimento, principalmente, para os cavalos atletas ou de resistência que necessitam de altas calorias. Apesar de ser calórico, não eleva o índice glicêmico e não causa problemas em seu casco. Outra vantagem, é um alimento ingerido de forma lenta, proporcionando benefício a longo prazo, diferentemente de concentrados de grãos, que são processados pelo corpo rapidamente. Por conter alta concentração de pectina, oferece melhor ambiente pré-cecal e estabiliza o pH, o que resulta no melhor aproveitamento dos nutrientes. Óleo e carboidratos também são indicados.

A fibra da polpa de beterraba, quando adicionada na dieta, melhora a digestão dos alimentos, porque gera menor concentração de ácido lático pós exercício e ajuda a promover uma flora intestinal saudável. E para equilibrar o trato gastrointestinal o ideal é incluir volumoso à vontade.

Além de uma dieta equilibrada e rica em energia, é necessário o fornecimento diário de água limpa e de qualidade. Pois durante os exercícios, os equinos perdem muitos sais minerais através da transpiração. Para que haja um equilíbrio, é necessária a reposição constante de hidroeletrolítico. Para consolidar, é importante observar o funcionamento do trato digestivo, já que o intestino atua como reservatório de água e eletrólitos. Entretanto, quanto maior a demanda de nutrientes, maior é a absorção intestinal. 

Para usufruir de todos os benefícios contidos na polpa de beterraba – a Guabi – uma das mais conceituadas empresas no segmento de nutrição e saúde animal lança com exclusividade no Brasil – a Guabitech Beet – única ração com alta concentração de polpa de beterraba (com porcentual de 16%), direcionada para cavalos de alta performance; idosos ou em reprodução. Um produto que atende às principais necessidades dos veterinários. Por conter alto teor de betacaroteno - um precursor da vitamina A - que entra com ação antioxidante no organismo, aumenta a resposta imune, tornando o animal mais resistente. Este é o primeiro lançamento da Guabitech - linha super premium criada para distinguir os produtos de indicação profissional da Guabi. 

A Guabi estará apresentando a Guabitech Beet durante a 35ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, até o dia 23 de julho, no Parque de Exposições Bolivar Andrade Gameleira, em Belo Horizonte / MG.

Cinthya Ramos | LN

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Produção de mandioca é comemorada com festa em Almenara

Divulgação/Emater MG
Entre os dias 10 e 12 será realizada a 15ª Festa da Mandioca. Emater-MG presta assistência técnica aos agricultores familiares do município

A tradição em produzir mandioca será celebrada por três dias em Almenara, no Vale do Jequitinhonha. Entre os dias 10 e 12 de junho, será realizada a 15ª Festa da Mandioca, no Parque de Exposições da cidade. O evento é organizado pela Emater-MG, em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Almenara. A abertura oficial será nesta sexta-feira, 10, às 20h30, com a presença do presidente da Emater-MG, Glenio Martins. 

“A mandioca é uma das principais fontes de renda dos agricultores familiares de Almenara, ao lado da pecuária. É cultivada pela resistência climática, já que a região é caracterizada pela estiagem e escassez de chuvas. Nosso objetivo, com a festa, é divulgar cada vez mais a cultura da mandioca no município e, assim, também fortalecer a agricultura familiar”, destaca a extensionista da Emater-MG, Milene Oliveira Ângelo. 

A programação da 15ª Festa da Mandioca possui shows, concurso da Raiz Mandioca (que avalia qualidade e formação da raiz), exposição e comercialização do artesanato local, barraquinhas de comidas típicas e parque de diversões. Em área reservada para a agricultura familiar, cerca de 120 produtores vão expor e comercializar seus produtos. A expectativa é receber aproximadamente 10 mil visitantes durante os três dias de evento. 

Importante cultura para o município

Dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais apontam que, em 2015, Almenara registrou uma produção de 8 mil toneladas, em uma área total de 890 hectares. 

A Emater-MG presta assistência técnica a aproximadamente 1.300 agricultores familiares por ano no município. Segundo a extensionista, quase todos agricultores trabalham com a produção da mandioca. “Seja como produção principal ou com pequenas hortas, quase todos produtores atendidos trabalham com a raiz. A cultura é muito importante para região porque além de base de alimentação, também é o sustento de milhares de famílias distribuídas em diversas comunidades rurais da região”, ressalta Milene. 

Além de prestar assistência técnica, a Emater-MG acompanha todo processo de produção e auxilia na comercialização, através de mercados institucionais como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). A Empresa ainda atua diretamente com cinco agroindústrias coletivas de processamento de mandioca que fabricam farinha e polvilho. 

Produção 

Cultivada principalmente por pequenos agricultores, em 2015 a cultura da mandioca ocupou uma área de 57 mil hectares em Minas Gerais, com produção de aproximadamente 842 mil toneladas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a estimativa de produção em 2016 é de 860 mil toneladas. As principais regiões produtoras do Estado são o Norte e os Vales do Jequitinhonha e Mucuri, que concentram 40,5% da produção mineira. 

O Brasil é o segundo maior produtor da raiz em todo mundo. Ainda de acordo IBGE, em 2015, a área plantada no país foi de 1,5 milhão de hectares, com uma produção de 27,2 milhões de toneladas. Para 2016, a previsão é de uma safra de 22,4 milhões de toneladas. Os estados do Pará e Paraná são os maiores produtores do país. Minas Gerais ocupa a 9ª posição. 

Abertura Oficial da 15ª Festa da Mandioca
Data: 10/06 (sexta-feira)
Horário: 20h30min
Local: Parque de Exposições de Almenara
Endereço: Rua Tude Tupi, 587 – Almenara/MG 

Thiago Fernandes | Comunicação - Emater-MG

sexta-feira, 6 de maio de 2016

2016: Ano para quem sabe superar

José Luiz Tejon Megido*

Crises são ótimas, pois nos obrigam a criar. A fórmula para o enfrentamento da entropia é criatividade. Quando olhamos para o cooperativismo brasileiro, suas origens, seus desafios, vamos encontrar seres superantes da melhor espécie. Pessoas em pequenos grupos, visionários corajosos, valentes, iniciaram no passado o que hoje nos orgulhamos de ver representado pela OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras, pelo atual líder, Marcio Lopes de Freitas.

Da mesma forma a superação borbulha por todos os cantos e campos do agronegócio do país. Na parábola bíblica do semeador, é recomendado “não plantar em terras fracas“. O Brasileiro que supera, transcendeu até este ensinamento e hoje colhe mais de 650 milhões de toneladas de cana em terras fracas, consideradas no passado, inviáveis. Da mesma forma a força da superação vive exemplificada na evolução competitiva sensacional da produção de grãos, da suinocultura, da avicultura, dos saltos qualitativos da carne bovina e do leite. E, iremos ver esse mesmo espetáculo superante na aquicultura dos próximos anos.

O amigo Ivan Wedekin, ex-secretário da política agrícola no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, na época do Ministro Roberto Rodrigues, me disse estes dias que o impacto do governo sobre a receita do produtor nacional é de apenas 3%. Ou seja, os produtores brasileiros têm progredido e vieram a ser nesta metade da segunda década do novo século, exemplos vivos de superação concreta, como protagonistas.

A agroindústria processadora no país, em meio a custos logísticos impressionantes, a tributação e a desgovernança pública e política, demonstra liderança global. Compete com grupos multinacionais e sistemas de proteção gigantescos. Até no carnaval, vimos o samba nas avenidas sob o ponto de vista da organização, do processo, da mesma forma com a qual a moderna carne brasileira é produzida e vendida no mundo todo. 

Ou seja, de histórias de superação não temos falta no agronegócio brasileiro. Não temos falta no setor sucroenergético que supera a cada dia depois de ter passado pela última crise em 2014. Temos uma representante como a Beth Farina, presidente da UNICA, com tamanha integridade e competência. Basta querer ver. E o ano exige foco nos fundamentos do negócio. O ano exige ênfase em vendas. O ano exige clarificar. E, com quem vamos nos relacionar para irmos ao futuro!?

Na minha tese de doutorado, batizada “A pedagogia da superação”, realizei vários estudos com grupos humanos e observei pessoas que, sob circunstancias difíceis superaram. Fiz a comparação com outros, que sob as mesmas condições fracassaram, fraquejaram e se permitiram ao abandono. Sim, ao desistir abandonamos, e acima de tudo, abandonamos a nós mesmos. Nesse estudo encontrei 10 fatores vitais, essenciais presentes naqueles que aprenderam a superar. Sim, é uma pedagogia. Significa conhecer, ter possibilidade de aprender, de ensinar e de ser algo viável como aprendizagem. Dessa forma, para superar precisamos tomar consciência e desenvolver esses 10 fatores fundamentais:

1- Limiar de dor: Pessoas que superam são muito mais resilientes, sofrem, choram, caem, mas sabem suportar dores que afugentam e atemorizam aqueles que não superam.

2- Protagonistas versus vítimas: Pessoas que superam foram ensinadas ao protagonismo, jamais vitimização.

3- Talentos e habilidades: pessoas superantes guardam dentro de si um dom, uma vocação. Sabem fazer obras extraídas de si e, com esse poder geram fatos para superação das circunstancias.

4- Amabilidade: gente que supera é amável. Quer dizer atraem ajuda. Os fatores incontroláveis, a incerteza e o acaso estão presentes na ordem do universo. A amabilidade atua como fator de atração das ajudas e de caminhos de oportunidades. Terminam por receber dos outros, luzes inestimáveis.

5- Engajamento em profundidade. Gente que sabe superar é engajada. Atuam na vida comprometidos em corpo, alma e espírito. Dessa forma enxergam e captam o que escapa a maioria. 

6- Capacidade de amar. A superação exige amor. Significa concentração e foco, e um olhar apaixonado pela causa, pela coisa, pelo objetivo a ser superado. Amar será sempre a capacidade da renovação do amor.

7- Crianças vivas dominantes: adultos que superam são aqueles que conseguem manter suas crianças vivas interiores fortes, curiosas, estimuladas, vibrantes e animadas. Aprendem a aprender.

8- Inteligência emocional: a superação ao ser obtida exige estabilização, inteligência emocional. As disrupturas foram grandes, e é chegada uma hora de construir em alicerces firmes.

9- Foco priorizado em valores: os valores fundamentais e eternos precisam estar presentes, e preservados, como uma coluna dorsal sobre a qual as lutas existirão, mas serão as fortalezas, as sabedorias que nos farão vencer não apenas a curto, mas a longo prazo. A superação que vale é aquela que pode ser julgada pelo tempo.

10- Criatividade: o poder criador humano é um talento divino, uma competência que nos permite criar valor a partir da própria vida e sob quaisquer circunstancias. Criamos do lixo, criamos da crise, criamos do nada, e podemos criar com o que já temos nas nossas mãos, como exemplificamos na música, tocando sucessos diferentes com os mesmos 4 acordes.

Esses 10 ingredientes encontrei nos meus estudos e estão presentes nos casos e seres humanos que superam. Neste ano de 2016, temos mudanças para enfrentar, sistemas internacionais em conflito, choques multiplicados e alavancados pela interatividade mediática. “Disruption“ é um nome desta era. Mutação acima de transformação. Velocidade. Gerações midiáticas, quer dizer imediatas e mediáticas. Porém, será exatamente desta era, que veremos sair uma maior consciência de sustentabilidade, de saudabilidade, de empreendedorismo e volta a um novo campo, ao melhor cooperativismo e ao inexorável ser humano global.

Sobre o CCAS

O Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto.

O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico.

Os associados do CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos concretos, lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrícolas.

A agricultura, apesar da sua importância fundamental para o país e para cada cidadão, tem sua reputação e imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas, não condizentes com a realidade. É preciso que professores, pesquisadores e especialistas no tema apresentem e discutam suas teses, estudos e opiniões, para melhor informação da sociedade. É importante que todo o conhecimento acumulado nas Universidades e Instituições de Pesquisa seja colocado à disposição da população, para que a realidade da agricultura, em especial seu caráter de sustentabilidade, transpareça. 

Mais informações no website: 

Acompanhe também o CCAS no Facebook: 

segunda-feira, 28 de março de 2016

Morre Torpedo, atual líder do Sumário Girolando ¾

Touro entrou para a história ao ser líder do teste de progênie no Girolando ¾ ao atingir a marca de 100 mil doses de sêmen comercializadas com menos de três anos de produção na ABS

Morreu este mês, aos 9 anos de idade, Torpedo Bolton Santa Luzia, um dos principais touros da Raça Girolando e um dos líderes e recordistas de vendas da ABS Pecplan. 

Provado no teste de Progênie da Associação da raça, o reprodutor ganhou ainda mais destaque como líder do Sumário Girolando ¾ em 2015, quando também garantiu a segunda colocação no geral, com PTA de 594,27 kg de leite.

"O Sumário é realizado com base em provas desenvolvidas pela equipe técnica da Embrapa/Girolando, que avaliam a confiabilidade da genética. É a maior prova de que Torpedo era um touro fantástico que deixou sua marca na história da nossa bateria e também na da raça", comenta Fernando Rosa, gerente de Produto Leite Tropical da ABS Pecplan.

Entre seus feitos, Torpedo foi o mais jovem touro a atingir a marca de 100 mil doses de sêmen comercializadas com menos de três anos de produção na Central da ABS em Uberaba (MG). Filho de Bolton (o holandês que é líder mundial de vendas e que ainda carrega uma prova de teste de progênie equilibrada com altos índices para leite e correção de úbere e pernas e pés), ele deixa um legado importante de milhares de filhas grandes produtoras de leite em diversos plantéis brasileiros.

Fernando Rosa explica que Torpedo foi produzido por meio de um acasalamento dirigido que uniu um grande patriarca (Bolton) e uma família consistente da Quartinha Terra Vermelha. No final de 2015, o touro deixou a Central da ABS, quando começou a apresentar stress bastante acentuado comprometendo sua produção de sêmen, e voltou a morar na Fazenda Santa Luzia, em Passos, Minas Gerais. "Há algum tempo, Torpedo apresentou uma ligeira afecção de casco, que estava sendo tratada. Mas, embora medicado, não apresentou sinais de melhora e morreu no último dia 18 de março" relata um dos proprietários do touro Maurício Coelho, do Grupo Cabo Verde.

Faeza Rezende

terça-feira, 1 de março de 2016

Agricultura Familiar recebe 1100 itens para a realização de feiras livres

Agência Minas

Doze prefeituras e três sindicatos de trabalhadores rurais foram beneficiados com ação da Seda

Cada região recebeu um kit composto por 10 barracas, 20 jalecos, 60 caixas plásticas e duas balanças digitais | Divulgação/Seda

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda) entregou nesta segunda-feira (29/2) mais de 1.100 itens para a realização de feiras livres em 13 municípios mineiros. O termo de doação beneficiou 12 prefeituras e três sindicatos de trabalhadores rurais. A expectativa é que neste ano o programa atenda mais 140 municípios mineiros.

O secretário Glenio Martins destacou que o Programa de Apoio às Feiras Livres busca ampliar a venda de produtos orgânicos. “Estamos trabalhando cada vez mais no sentido de tornar o agricultor familiar um pequeno empresário. Ao mesmo tempo, consumidor também é beneficiado com o programa, pois adquire um produto de qualidade, com preço justo e pode influenciar inclusive nos métodos de produção”, disse Martins.

Cada região recebeu um kit composto por 10 barracas, 20 jalecos, 60 caixas plásticas e duas balanças digitais. O investimento da Seda foi de mais de R$ 120 mil. Treze municípios foram beneficiados: Arcos, Bonfinópolis de Minas, Brazópolis, Capitão Enéias, Ervália, Itambacuri, Itamonte, Jeceaba, Leme do Prado, Ribeirão das Neves, São Gonçalo do Rio Preto, Tocantins e Uberlândia.

Para a agricultora familiar Maria Aparecida Machado, representante do Sindicato de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais de Uberlândia, os kits irão abrir novos horizontes para a agricultura familiar local. “Sem a barraca a gente não podia vender os produtos na rua, agora tudo ficará mais organizado. Estávamos com a verdura toda em casa, perdendo, o kit vai abrir novos horizontes para nós”, disse.

“O nosso município é pequeno e tem a agricultura como fonte de renda, inclusive a agricultura familiar. Com o kit vamos ampliar e dar melhores condições técnicas para o agricultor familiar comercializar seus produtos”, disse Márcio Manoel Moura, prefeito do município de São Gonçalo do Rio Preto.

Para este ano, a novidade na entrega dos “kits-feira” são as balanças digitais, que tem como objetivo, garantir o direito do consumidor sobre o peso dos alimentos comprados. O programa visa dar ao agricultor familiar mais infraestrutura para expor e vender suas mercadorias. As feiras livres são um importante canal de comercialização que reduz a distância entre alimentos e consumo. Garantindo assim, o desenvolvimento e dinamização da economia local.

Também participaram da solenidade de entrega a secretária-adjunta, Fabiola Silva; os subsecretários Luiz Ronaldo Carvalho (Agricultura Familiar) e Danilo Araújo (Regularização Fundiária); o deputado federal, Reginaldo Lopes; o deputado estadual, Cristiano Silveira; o Secretário Executivo dos Fóruns Regionais Metropolitana, Ronaldo Manassis, entre outras autoridades.

Março é mês de preparar a silagem para alimentar o gado durante a seca

Agência Minas

Nesta época do ano a capacidade de produção pecuária é maior em razão do regime de pasto

Silagem de sorgo através do Sistema de Integração Lavoura-Pecuária com plantio em consórcio, junto com capim | Divulgação/Emater-MG

As chuvas do início do ano recuperaram boa parte das as pastagens do Estado e ajudaram os pecuaristas a alimentar o rebanho. Mas o momento também é de preparo para enfrentar os meses de estiagem que não demoram a chegar.

De acordo com o coordenador técnico de Bovinocultura da Emater-MG, José Alberto de Ávila, nesta época do ano a capacidade de produção pecuária é maior em razão do regime de pasto. “O período de chuvas favorece o regime de pasto, com um custo de produção mais barato. A dúvida é daqui a 90 ou 120 dias, quando o pasto cai de qualidade e o produtor depende de suplementação com a utilização da silagem. Por isso é importante planejar a produção”, destaca.

A silagem é uma forragem – capim, milho, sorgo, etc – que é cortada, compactada, vedada e armazenada em silos para fermentação. Quando bem feita, o valor nutritivo da silagem é semelhante ao material de origem. Na época de seca, ela pode substituir o pasto e, por isto, é conhecida como suplementação volumosa.

Março é o mês que se intensifica a processo de silagem, com produção do material volumoso que foi plantado para esta finalidade. O processo de ensilagem vai do corte até a proteção do silo. Nesta fase, é preciso preservar ao máximo a qualidade da forragem produzida.

“Para preparo da ensilagem, o produtor precisa estar atento ao ponto de corte, pois a qualidade da silagem depende da correta determinação do momento de corte. No caso do milho, a planta deverá apresentar teor de matéria seca na faixa de 30 a 35%. Já no corte para ensilagem, a picadeira deve estar bem regulada e com as navalhas sempre em boas condições para proporcionar uma boa picagem do material. O tamanho da partícula ideal é de 0,5 a 1,5 cm”, explica o coordenador da Emater-MG.

De acordo com Ávila, a compactação da silagem é uma operação de grande importância. O objetivo é expulsar o ar do interior da massa verde que está sendo ensilada, conseguindo um ambiente anaeróbico (sem oxigênio). A ação visa obter fermentação desejável (alta produção de ácido láctico). Quando o material se apresenta no ponto ideal de ser ensilado, a compactação bem preparada proporciona uma densidade de silagem da ordem de 650 a 700 kg/m3.

Outras questões importantes são o tempo de enchimento, a vedação e a proteção do silo. “São etapas que impedem o retorno de ar na massa verde e a entrada de animais. Perfurações na lona dão oportunidade à entrada de ar ou de água de chuvas eventuais para o interior da massa ensilada e causam perda de qualidade”, conclui.

Etapas da produção

Para obter silagem de alta qualidade é necessário estar atento a todos os pontos básicos que se relacionam com a atividade, tanto na fase de produção (que vai da análise de solo até o ponto de corte) como na fase de ensilagem (que vai do corte até a proteção do silo).

Segundo Ávila, quando trabalha com o sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) a primeira fase de produção começa entre maio e junho. “Primeiro é recomendado fazer análise de solo do pasto e aplicação de fertilizantes no pasto. Já em setembro é preciso retirar os animais do pasto para a rebrota do capim e formação da palhada e em outubro fazer aplicação de herbicida dessecante. Em novembro acontece o plantio direto do milho e em seguida duas adubações de cobertura. É preciso ficar atento à pulverização, para o controle de pragas. Em fevereiro retoma o processo de ensilagem”, ressalta.

Novo mercado

Os pecuaristas estão com uma nova possibilidade no mercado, a venda de silagem. A comercialização acontece com duas possibilidades. A primeira, mais viável, oferece a venda do milho no ponto para ensilar. E a segunda possibilidade é a venda da silagem pronta para alimentar os animais ou ensilar novamente.

“Na primeira alternativa é recomendado transportar com rapidez e ensilar o material em local próximo ao fornecimento dos animais e seguir os mesmos cuidados na compactação e vedação do silo. Na segunda opção, comprando a silagem já pronta, a chance de perda de qualidade é maior. Cada vez mais o produtor está se especializando na produção, se quem faz o plantio do milho possui todos os equipamentos necessários para conduzir uma excelente lavoura, a compra da silagem é a melhor opção”, destaca José Alberto.

Etapas da produção da silagem
Maio e junho – Análise de solo do pasto e aplicação de fertilizante
Setembro – Retirada dos animais do pasto para a rebrota do capim e formação da palhada
Outubro – Aplicação de herbicida dessecante
Novembro – Plantio direto do milho e duas adubações de cobertura
Dezembro – Pulverização para controle de pragas
Fevereiro e março – Colheita e ensilagem

Educação sanitária tira agroindústria familiar da informalidade e fomenta negócios

Agência Minas

Para este ano, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) prevê 40 cursos para mais de 500 agricultores familiares

Agroindústria familiar de mel, em Bom Despacho, na região Centro Oeste do estado | Viviani Melo

O apicultor João Bosco de Assis, dono de uma agroindústria de mel, em Bom Despacho, no Centro Oeste de Minas, está sempre antenado com as exigências da legislação sanitária e do mercado. Ele sabe que adotar boas práticas é essencial na qualidade do produto e abre portas para a comercialização.

João é também um dos frequentadores assíduos dos cursos gratuitos de boas práticas de fabricação e educação sanitária oferecidos pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Minas) e o Instituto Ernesto Antônio de Salvo (Inaes).

Foi justamente nesses cursos de capacitação que o apicultor ampliou os conhecimentos sobre os cuidados no uso de utensílios, manuseio e limpeza dos equipamentos, forma correta de fazer a coleta das caixas de mel, centrifugação e transporte do produto. “Com esses conhecimentos a gente passa a produzir com mais qualidade”, afirma o produtor.

Agregação de valor e abertura de mercado

A agroindústria familiar de João Bosco possui 700 colmeias, de onde são retiradas de 10 a 20 toneladas de mel por ano. As boas práticas garantiram à agroindústria uma permissão provisória para a comercialização de mel em todo o estado. Além disso, o apicultor está perto de conseguir do IMA o registro definitivo de habilitação sanitária. O processo está na fase final.

As adequações agregaram valor ao mel, que já possui selo de produto orgânico. Outro benefício foi a abertura de mercado comprador. A agroindústria familiar de João Bosco vende parte da produção de mel para o Programa Nacional de Alimentação escolar (PNAE) e para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo federal, e o restante vai para uma indústria brasileira de exportação.

Regularização

A trajetória do produtor João Bosco é um exemplo das vantagens e benefícios da educação sanitária direcionada à agroindústria familiar em Minas Gerais. Os cursos de boas práticas de fabricação são iniciativas direcionadas à adequação das estruturas físicas das agroindústrias.

Em 2015, o IMA e o Senar realizaram 34 cursos de capacitação, com a participação de mais de 400 produtores em todo estado. Para este ano, estão previstos outros 40 cursos com previsão de atender mais de 500 agricultores familiares.

Segundo o gerente de Educação Sanitária e Apoio a Agroindústria Familiar do IMA, Gilson de Assis Sales, as ações estão alinhadas com a legislação estadual nº 19.476/2011, que trata da regularização das agroindústrias familiares. “O foco é a mudança de comportamento dos produtores, a consequente melhoria da qualidade do que é produzido, garantia da segurança alimentar dos consumidores e a regularização formal da agroindústria”, ressalta Sales.

O IMA informou que, no ano passado, foram realizadas cerca de 550 vistorias em agroindústrias familiares do estado. Essas averiguações têm o objetivo de acompanhar o processo de regularização sanitária e de orientar os produtores, inclusive na confecção da rotulagem correta. “A regularização da agroindústria familiar tem papel fundamental no desenvolvimento regional, porque gera emprego, renda e fortalece a economia local”, conclui o técnico do Instituto.

Vacinação

A política de educação sanitária é ampla e também envolve ações para a saúde animal. O Programa de Apoio a Saúde Agropecuária (Pasa), uma parceria entre o IMA, Inaes e o Senar Minas, por exemplo, tem como uma das propostas treinar trabalhadores rurais para serem vacinadores autônomos em suas regiões, principalmente onde há carência de médicos veterinários.

Com isso, o programa ajuda a ampliar a vacinação no estado. No ano passado, foram capacitados 351 trabalhadores em diversas localidades do estado. “Esse programa tem um benefício extra que é seu aspecto social, pois gera trabalho para esses vacinadores autônomos”, desta Gilson de Assis Sales.

Cidadãos conscientes

Outra meta da educação sanitária é formar futuros cidadãos conscientes da importância da agropecuária para a produção sustentável. Nessa linha de proposta, está um dos programas mais antigos do IMA, o ‘Sanitaristas Mirins’, direcionado aos alunos de 8 a 11 anos das escolas públicas municipais e estaduais.

Na prática, os técnicos do IMA treinam os professores com palestras e material didático sobre assuntos como defesa sanitária, cuidado com animais, controle de pragas e preservação ambiental. Depois, esses conhecimentos são incluídos na didática pedagógica. Um livro, intitulado “A educação sanitária no dia a dia dos alunos – descobrindo a agropecuária na escola”, que trata dos temas de forma lúdica, é distribuído a professores e alunos.

O ‘Sanitaristas Mirins’ é realizado todos os anos e tem a parceria da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda). Em 2016, o projeto está previsto para começar em março, com a meta de atingir cerca de 3,5 mil alunos e professores em todo estado.

Desde a implantação, em 2003, o ‘Sanitarista Mirins’ já treinou mais de 100 mil alunos e professores. “O programa faz com que as crianças se tornem multiplicadores, levando as informações para a família e para a comunidade onde vivem. Elas influenciam na mudança de comportamento dos pais”, observa Sales.

Mais Ações

De acordo com o IMA, outras medidas reforçam a educação sanitária no estado, como o aperfeiçoamento e atualização da equipe técnica do instituto. Para os produtores rurais, existem reuniões, palestras e cursos de defesa sanitária animal, vegetal, de certificação e inspeção de alimentos.

Serviço:

Outras informações sobre serviços e cursos oferecidos pelo IMA podem ser obtidas em:

Site institucional - www.ima.mg.gov.br
E-mail do Fale conosco: ima@ima.mg.gov.br
Facebook institucional: IMAInstitutoMineirodeAgropecuaria

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Prazo final em MG para o registro de granjas é 29 de fevereiro

IMA alerta produtores que 29 de fevereiro é o prazo final para o registro de granjas 

Após essa data os estabelecimentos sem registro não poderão receber novos alojamentos de aves e estarão sujeitos a multas.

Termina em 29 de fevereiro o prazo para que sejam registradas no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) as granjas de frango e peru de corte e de galinha de postura, além dos estabelecimentos de criação de outras aves como codorna e faisão, destinadas à produção de carne e ovos para consumo humano. O registro é obrigatório e está estabelecido na Portaria 1555 do IMA, de 15/12/2015.

As granjas que não fizerem o registro ou que não firmarem com o IMA até 29/2/2016 o compromisso de fazê-lo estarão proibidas de receber novos alojamentos de aves a partir de 1º de março e ficarão sujeitas às sanções previstas em lei. 

Para auxiliar os produtores na adequação e registro desses estabelecimentos, o IMA produziu uma cartilha, intitulada “Registro de Granjas Avícolas Comerciais”, disponível para consulta gratuita em www.ima.mg.gov.br

Prevenção à influenza 

Médica veterinária e responsável pelo Programa Estadual de Sanidade Avícola do IMA, Izabella Hergot explica que o registro implica na adoção de medidas de biosseguridade preventivas à influenza aviária, uma vez que o vírus dessa doença já foi registrado em granjas dos Estados Unidos e poderá chegar ao Brasil pelo processo de migração das aves para o nosso continente. 

A doença traz graves prejuízos econômicos para os produtores, pois aves contaminadas com o vírus devem ser exterminadas junto com todo o respectivo plantel, o que prejudica também o fornecimento de produtos (carne de frango e ovos) para os consumidores. Como é uma zoonose, essa doença pode ser transmitida ao homem, que pode ir a óbito. 

A veterinária do IMA explica que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou em 2007 a Instrução Normativa número 56, estabelecendo os procedimentos para registro, fiscalização e controle das granjas avícolas comerciais e de reprodução em todo o país. Os avicultores tiveram um prazo até 2012 para se adequarem à nova legislação, mas muitos ainda estão irregulares. “A edição da portaria 1555 pelo IMA concedendo novo prazo para o registro foi uma forma de ajudar os produtores a regularizarem a situação dos estabelecimentos avícolas ainda sem o registro”, explica. 

Minas Gerais ocupa o segundo lugar na produção nacional de ovos, com 11,2 milhões de caixas com 30 dúzias em 2014.

Vanúsia Duarte | IMA, via Márcia França de Azevedo (SEAPA)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Nova edição da revista Visão Agrícola aborda o milho

Publicação da ESALQ destaca que o Brasil amplia cultivo para atender demanda crescente

A cultura do milho tem passado por uma série de transformações no Brasil, inclusive aquelas voltadas a tornar o referido grão uma cultura mais nobre, para os consumidores, e rentável, para os produtores brasileiros. Nesse sentido, a nova edição da revista Visão Agrícola, publicação da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), traz uma série de aspectos e ações que contribuíram para a alavancagem dos negócios atrelados à cultura do cereal.

A edição parte de um resgate histórico do milho no Brasil e no mundo, passando por temáticas relacionadas às inovações tecnológicas pertinentes à cadeia de produção, incluindo: seu melhoramento genético, sua fisiologia, o manejo do solo, os processos de proteção, a aquisição de insumos e a própria cultura; a utilização de técnicas mais eficientes voltadas a atividades de colheita, armazenagem e beneficiamento; industrialização e comercialização dessa – agora – commodity agrícola.

Os grandes desafios da cultura também são objeto de atenção dessa edição: as questões ambientais, os processos de reposição da fertilidade dos solos, os transgênicos e a efetividade do controle de pragas, entre outros.

Segundo especialistas, nos próximos 10 anos o preço do cereal deve aumentar 5,5% ao ano e a produtividade deve crescer cerca de 5,2 t/ha, com a ampliação das exportações.

Esse e outros exemplares da revista Visão Agrícola podem ser acessados no site http://www.esalq.usp.br/visaoagricola/

Os artigos da edição sobre o milho estão disponíveis neste link: http://www.esalq.usp.br/visaoagricola/sites/default/files/Esalq-VA13-Milho.pdf

Caio Albuquerque | Comunicação/Esalq

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Embrapa discute agroecologia no Show Rural 2016

Aurélio Borsato
Pesquisadores da Embrapa Pantanal participam de vitrine tecnológica sobre o tema

De primeiro a cinco de fevereiro, pesquisadores da Embrapa e parceiros atenderam aos visitantes do Show Rural Coopavel interessados nos princípios da agroecologia – um sistema agrícola que trabalha com os ciclos, funções e processos da natureza como forma de produzir bens úteis de alta qualidade, causando o menor impacto possível ao meio ambiente. 

A instituição integra uma parceria de 11 organizações que se uniram para realizar a Vitrine Tecnológica de Agroecologia do evento. Tecnologias desenvolvidas em todo o Brasil foram aplicadas em uma área de 2.600 m², com 167 espécies e variedades vegetais, simulando uma pequena propriedade rural.

"Temos a área de lavouras com feijão, mandioca e adubos verdes, além de arroz, soja, milho e batata doce. Também estamos trabalhando com algumas plantas alimentícias não convencionais, como taioba e açafrão-da-índia. Temos ainda a estufa de bambu e tecnologias como o aquecedor solar de garrafa pet", diz o pesquisador da Embrapa Pantanal, Alberto Feiden. Ele e o pesquisador Aurélio Borsato, da mesma unidade, fizeram parte da equipe que atendeu o público do evento. "No ano passado, estimamos 20 mil pessoas passando por aqui. Em 2016, tivemos cerca de 30 mil visitantes", informa Alberto.

Entre os parceiros que realizam a vitrine estão a Embrapa (com a participação de 14 unidades de pesquisa e mais de 60 tecnologias expostas), Agência de Desenvolvimento Regional do Extremo Oeste do Paraná (Adeop), Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (Capa), Centro Paranaense de Referência em Agroecologia, Coopavel, Cooperativa de Trabalho e Assistência Técnica do Paraná (Biolabore), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Itaipu Binacional, Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater – PR), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

Do Pantanal de Mato Grosso do Sul, Alberto e Aurélio levaram algumas tecnologias para expor aos produtores da região do Paraná. "Entre elas, um sistema de irrigação alternativo feito com garrafas pet, alimentação proteica para animais no período de seca e inverno, adubação verde, conceitos de agroecologia e a relação entre a biodiversidade e o controle de pragas e doenças", diz Aurélio. Esta última, segundo o pesquisador, é feita usando conhecimentos sobre a cadeia alimentar de insetos e outros organismos presentes nas plantações, promovendo condições de alimentação, abrigo e procriação para os desejáveis e inibindo essas condições para os indesejáveis. "O pessoal da agricultura convencional vem saber como a gente controla pragas para economizar dinheiro", conta.

Para mais informações sobre estas e outras inovações voltadas à agroecologia, acesse a cartilha de tecnologias da Vitrine Tecnológica de Agroecologia "Vilson Nilson Redel". O endereço é https://goo.gl/Wl1YbU .

Nicoli Dichoff | Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO); Embrapa Pantanal/ Corumbá - MS; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa