segunda-feira, 20 de maio de 2013

Uso da vacina contra brucelose, RB51, passa a ser obrigatória no Tocantins


Portaria declara que fêmeas de 3 a 8 meses de idade e que não foram vacinadas com vacina Cepa a B19 terão que receber a vacina RB51

No estado de Tocantins, a Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), assinou, no dia 09 de maio, a portaria de número 162, que torna obrigatório o uso da vacina RB-51, uma nova ferramenta de combate à brucelose. Hoje a vacinação é feita por meio da vacina cepa B19, sendo obrigatória para animais fêmeas de 3 a 8 meses de idade. Já a RB51 permite a vacinação das fêmeas em idade acima de 8 meses, que não foram vacinadas com a cepa B19.

A RB51 é uma vacina que pode ser utilizada tanto em animais jovens como animais adultos. A proteção conferida por essa vacina é semelhante à conferida pela vacina com a amostra B19, com a vantagem de não interferir no diagnóstico sorológico da brucelose, pois os animais vacinados com a amostra RB51 são negativos nos testes diagnósticos de rotina. O Ministério da Agricultura já publicou um memorando em março de 2012, onde destaca que a RB51 é uma ferramenta importante no Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose – PNCEBT, e afirma que ela reforça a imunização do rebanho sem interferir nos resultados dos testes realizados para diagnósticos da doença.

Segundo o Médico Veterinário e Gerente da Linha Reprodutiva da MSD Saúde Animal, Denis Alves Antonio, a assinatura desse documento faz parte de um cronograma para o retorno efetivo da vacina RB®-51 como ferramenta do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT). “Precisamos mostrar aos produtores rurais que a RB®-51 veio para somar no combate a brucelose”, afirma Denis.

Ele complementa que a pecuária brasileira acelera a modernização tecnológica para aperfeiçoar o controle sanitário e ampliar seu acesso aos mercados. Sendo assim, o uso obrigatório da amostra RB51 em bezerras acima de 8 meses, não vacinadas entre 3 e 8 meses de idade, com a amostra B-19, é um passo importante para o controle da brucelose no estado do Tocantins. A vacina RB51 também pode ser usada para novilhas e vacas adultas, como revacinação, aumentando a proteção do rebanho e garantindo eficiência reprodutiva e maior lucro ao produtor.

Para o presidente da Adapec, Marcelo Aguiar Inocente, a obrigatoriedade da RB-51 reforça o compromisso do Estado no controle e erradicação da brucelose no Tocantins. “Este é um passo importante para erradicar a brucelose. Esta nova ferramenta proporcionará um aumento significativo da produtividade do nosso rebanho, e, sobretudo a proteção à saúde humana, por ser a brucelose uma zoonose.”

Segundo a responsável técnica pelo Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose – PECEBT, Regina Barbosa, a utilização desta vacina já era regulamentada no Tocantins, por meio de portaria, desde 2007, porém, o que muda agora, é que ela passa para uma condição de obrigatoriedade.

GTA 
A emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA) para bezerras que não tomaram esta vacina foi condicionada, pela Agência de Defesa Agropecuária (ADAPEC), à assinatura de um termo de compromisso, no qual o pecuarista se compromete a vacinar essas fêmeas com a RB51 ou com a cepa B-19, caso ainda estejam dentro da idade limite.  “Precisamos promover o aumento da cobertura vacinal do rebanho, protegendo o rebanho e aumentando a lucratividade do produtor rural”, afirma Antonio. 

Sobre a doença 
Desde 2001, o Brasil conta com o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal – PNCEBT, nascido de uma exemplar ação coordenada entre a classe veterinária e o setor público para o combate a estas zoonoses. No caso da brucelose, o Programa trabalha nesta fase para reduzir significativamente a prevalência da doença, apoiado nas ferramentas de diagnóstico e eliminação dos animais soropositivos e de vacinação das bezerras com a cepa B-19.

Causadora de abortamentos, nascimento de bezerros fracos, retenção de placenta e infertilidade, a brucelose produz grandes perdas econômicas devidas à redução da eficiência reprodutiva. Em saúde pública, destaca-se como uma zoonose - doença transmitida de animais para seres humanos - que acomete principalmente pessoas que trabalham com bovinos, como vaqueiros e veterinários.

Todavia, por induzir a formação de anticorpos aglutinantes que interferem nas provas diagnósticas, a cepa B-19 não pode ser aplicada em animais acima dos oito meses de idade. Esta restrição impede a revacinação  com a cepa B19. Para aumento da imunidade de rebanho, essencial à segurança na saúde reprodutiva, ao controle em áreas próximas de focos da doença e à erradicação nas propriedades que atingiram baixos índices de prevalência é indicada a amostra RB-51.

Antonio lembra que um programa sanitário completo não se resume à vacinação. “É preciso manter todas as medidas sanitárias, como sorologia e descarte dos animais soropositivos”.  O que muda, segundo o Gerente, é que o combate à brucelose ganha uma nova ferramenta: “Agora, com a RB®-51, o pecuarista tem a oportunidade de revacinar as fêmeas e aumentar sua segurança”.

Para mais informações, visite www.msd-saude-animal.com.br  

Fernanda Barros | Alfapress